sábado, 13 de fevereiro de 2010
ORGANIZAÇÃO CELULAR DOS SERES VIVOS
ATENÇÃO!
Vírus: seres vivos ou seres não vivos?
Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus.
Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate é primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a idéia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc. Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio e, por isso, deveriam ser considerados "partículas infecciosas" ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aí todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem — aparentemente tão antiga como a própria vida — sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Fala-se até em um domínio específico para os mesmos: Acytota (organismos acelulares).
Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão.
Atenção!
Estrutura viral: capsídeo + DNA ou RNA
capsídeo + DNA e RNA = Citomegalovírus (2000)
Para que ocorra a infecção viral deve haver compatibilidade entre as proteínas do capsídeo e as proteínas presentes na membrana plasmática.
Alguns vírus apresentam um envoltório de proteínas e lipídios chamado envelope.
A Biologia é muito interessante... Quanto mais lemos e aprendemos, mais curiosos ficamos... Então, vamos mergulhar...não dá para parar no tempo... atualização sempre... e como diz Lulu Santos:
Tudo muda o tempo todo no mundo... ....
A IMPORTÂNCIA DOS "EXTREMÓFILOS"
O termo “extremófilo” foi usado pela primeira vez por MacElroy em 1974, para designar organismos que proliferam em ambientes extremos. A necessidade de definição transfere-se assim para “ambiente extremo”. Os taxonomistas definem ambientes extremos como aqueles que apresentam diversidade biológica restrita visto que a maioria dos organismos é excluída. A adaptação de organismos a condições ambientais extremas obrigou-os a desenvolver componentes celulares e estratégias bioquímicas para o efeito. Devido às características “excêntricas” destes microrganismos, os componentes moleculares deles retirados possuem muitas vezes propriedades que os tornam especialmente adequados para utilização em processos industriais.Neste contexto, é hoje geralmente aceito que estes microrganismos constituem um precioso repositório de moléculas de interesse industrial, sendo também um excelente recurso para o desenvolvimento de novas aplicações biotecnológicas que podem revolucionar o nosso quotidiano.
A contribuição prática mais significativa dos extremófilos para a biotecnologia é sem dúvida a vasta de “extremozimas” atualmente disponíveis no mercado. Estas enzimas provam cada vez mais a sua capacidade para alargar o espectro de condições em que é possível a utilização de biocatalizadores em processos industriais. À medida que vamos compreendendo melhor a fisiologia, enzimologia e bioquímica destes organismos e avançando no conhecimento dos mecanismos utilizados para proteger as suas estruturas celulares, é de prever que se desenvolvam protocolos para produzir “extremo-moléculas” ou adaptar as existentes às nossas exigências específicas, tornando os processos biotecnológicos mais rentáveis. A sua aplicação nas indústrias farmacêutica, alimentar,têxtil, de detergentes e de petróleo é hoje uma realidade que nos permite imaginar que ainda há muitas aplicações por explorar.
O DOMÍNIO ARCHAEA
O Domínio Archaea é caracterizado por microrganismos procarióticos evolutivamente distintos dos organismos alocados no Domínio Bacteria (Adams, 1995). Uma grande variedade de Archaea possui metabolismo anaeróbio obrigatório, enquanto que outras espécies são encontradas em ambientes extremos, tais como fontes
geotermais, hábitats com elevada salinidade, solos e sistemas aquáticos altamente ácidos ou alcalinos. Pode-se dizer que certas espécies de Archaea definem claramente os limites de tolerância biológica nos extremos físicos e químicos da vida na Terra.
Em 1995, Carl R. Woese apresentou suas impressões sobre o surgimento do novo Domínio Archaea. O autor registrou que o aparecimento repentino das Archaea (inicialmente denominadas Archaebacteria, Archeobacteria ou Archeote) - negando dogmas da Biologia, como a divisão dos seres vivos em eucariontes e procariontes, de acordo com a presença de núcleo organizado e maquinaria genética - ocasionou uma revolução na classificação dos organismos, pois surgia uma terceira forma de vida, cuja estrutura celular é procariótica, mas, em nível molecular e genético, guarda grandes semelhanças com organismos eucarióticos. A noção de dicotomia da vida entre eucariontes e procariontes, que ainda domina a Biologia e influencia, em particular, a percepção sobre o grupo Archaea, está sendo lentamente revista por grupos atuantes em microbiologia. A diversidade e biologia das Archaea representam uma enorme contribuição à compreensão da Ecologia Microbiana(Woese, 1995).
Na prática, as Archaea são estudadas e agrupadas de acordo com o seu metabolismo e fisiologia, sendo alocadas em diversos grupos, como: as metanogênicas, os halófilos extremos (ou hiperhalófilos) e os termófilos extremos (ou hipertermófilos). Sem dúvida, as espécies de Archaea mais conhecidas são as metanogênicas, cuja classificação taxonômica molecular data de 1979, realizada por Balch e colaboradores (Balch et al., 1979).
Provavelmente, pela facilidade de estudos de ambientes anóxicos, ou mesmo pela sua importância em saneamento ambiental, existem cerca de 66 espécies de metanogênicas descritas, em contraste com aproximadamente 24 espécies de hipetermófilas e 18 de halófilas extremas (Sowers, 1995; Adams, 1995; Madigan et al., 1997).Contudo, o número de novas espécies descritas nestes dois últimos grupos vem aumentando, em razão do crescente interesse em estudos da diversidade de Archaea em novos ambientes, que empregam metodologias moleculares para a identificação dos organismos através de DNA extraído diretamente das amostras.
Os organismos do Domínio Archaea apresentam uma ampla diversidade metabólica e distribuição em hábitats considerados inóspitos aos demais seres vivos. Pouco se sabe, porém, sobre sua importância funcional nestes ecossistemas e sobre a atuação dos mesmos nos processos biogeoquímicos em ambientes não extremos.
Além disso, em termos tecnológicos, as descobertas de novos produtos microbianos gerados em ambientes extremos (e.g., enzimas extremófilas) realça o potencial de exploração deste grupo de organismos como fonte de novas alternativas para a Biotecnologia.
A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS - TEXTO (LEITURA)
A classificação consiste, primordialmente, em um esforço da parte dos cientistas em descobrir, reconstruir e, dentro do possível, esclarecer a filogenia (= história evolutiva) de um dado organismo ou grupo de organismos. Tal esforço é parte da área designada como Sistemática, ou seja, o estudo da diversidade biológica e da organização. Nesta área, os organismos são classificados dentro de diferentes níveis, ou táxons (reino, filo, classe,ordem, família,gênero e espécie, mais comumente).
Ao longo do tempo, os esquemas propostos para sistematizar os seres vivos têm sofrido muitas mudanças.
Em meado do século XVIII, Carolus Linnaeus (Lineu)introduziu um primeiro sistema de classificação, composto de apenas dois reinos (plantas e animais), em combinação com sistema binomial para a nomenclatura dos seres até então conhecidos (com nome foi tão bem aceito que prevalece até hoje, com os necessários ajustes. O sistema de classificação, embora com óbvias imperfeições, também persistiu como referência por quase duzentos anos.
Em 1959, Robert Wittaker (ecologista norte-americano) instituiu um sistema de cinco reinos constituído por Monera (procariotas, unicelulares,autotróficos ou heterotróficos; presença de ribossomos no citoplasma; são as bactérias em geral),Protista (= Protoctista: eucariotas, uni ou eventualmente multicelulares, por vezes coloniais; inclui as algas, protozoários, mofos-do-lodo e muitas outras formas aquáticas, parasitas ou de vida livre, menos conhecidas), Plantae(eucariotas, multicelulares com parede contendo celulose, autotróficos; são as plantas em geral), Fungi (eucariotas, multicelulares, não móveis, heterotróficos, com ciclo de vida e padrão de reprodução peculiares; inclui os fungos e cogumelos) e Animalia (eucariotas,multicelulares, móveis, heterotróficos; são os animais). Esse sistema tem persistido por décadas, tendo sido utilizado várias vezes como modelo básico a partir do qual novas propostas, incluindo adaptações de intensidade variável, foram criadas.
Mais recentemente, graças ao suporte oferecido pelas avançadas técnicas de Biologia Molecular hoje disponíveis, subsídios originais e muito significativos sobre a filogenia dos organismos procariotas e eucariotas têm sido dados a conhecer,propiciando a formulação de novos sistemas de classificação.
Segundo um destes, de Woese, Kandler & Wheelis (1990), um novo nível ou táxon, o domínio,hierarquicamente superior ao reino, passaria a existir. Assim, haveriam três domínios: Bacteria,Archaea e Eukarya. Os organismos pertencentes a Bacteria e Archaea são representados por todas as formas conhecidas de procariotas, confinadas a um único reino, Monera, dentro do sistemade Wittaker.Embora tendo o traço básico comum de serem procariotas, há várias diferenças entre os membros de Bacteria e Archaea. Em Bacteria incluem-se organismos bem mais comuns e com maior diversidades que os Archaea,como, por exemplo, as proteobactérias,cianobactérias, espiroquetas e clamídias. Em Archaea, estão compreendidos três grupos de formas procariotas de hábitos incomuns, adaptadas à vida sob condições ambientes extremas(os "halófilos extremos": em meios altamente salinos, como água contendo concentração salina acima de 15%; os "metanógenos", habitantes de ambientes praticamente anaeróbicos, como o
fundo de lodos/pântanos ou o interior do trato intestinal de certos animais;e os "hipermertófilos", encontrados em água muito quente, às vezes superior a 100 ºC, como nas fontes termais do Parque Yellowstone, nos Estados Unidos). No domínio Eukarya, estão compreendidos os organismos com células eucarióticas, isto é, dotadas de organelas com membrana, inclusive mitocôndrios e cloroplastos, quais sejam os pertencentes, segundo o sistema de Wittaker, aos reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Estes representam, sem dúvida, a imensa maioria dos seres vivos, sendo também os mais estudados e conhecidos do público em geral.
Portanto, a classificação dos organismos foi, é e continuará sendo alvo de constantes mudanças, destinadas a mantê-las,tanto quanto possível, atualizadas e coerentes com o nível de conhecimento científico acumulado pelo homem. O advento e o uso intensivo de avançadas técnicas biomoleculares têm proporcionado igualmente, nos últimos anos, maior e mais profundo conhecimento a respeito da filogenia dos diversos grupos de seres vivos, motivando,da parte de especialistas, sucessivas propostas de alterações (comumente marcantes) nas relações de parentesco entre eles.
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